BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

sexta-feira, 24 de junho de 2011

"CANTINHO DA POESIA"

Hoje é dia de São Juão... tem paçoca, fuguête e quentão e vamô dança quadrilha com as lembrança do coração...
 (colaboração do amigo e poeta Jorge Luiz Vargas)

Ê sodade(*) – Cumpadre Caipirinha


Ê sodade!... Ê sodade!
No terreiro barrento da fazenda, perto da casa das moenda, a sanfona, a viola, as queimada afrigia alegria na rapaziada.
No cantinho do currá, na ponta daquele mastro que o Zé fez, tava São Juão balanceando, séro nas aparença mode dá respeito.
Viva São João!
Viva São João!
No meio do currá tava a fogueira em forma de urupuca. As língua de fogo que saia dela
fazia a mulecada gritá, sapateá e sortá foguete pro ar.
A lua grande cheia e linda, corria no meio das nuvem. A noite não tinha mais do que desejar, tava uma beleza sem compareza. E no meio dessas beleza tudo... Ah! Vancês num sabe, tava eu namoriscano a belezinha das beleza, a filha da baronesa.
Ela num conversava comigo... Mas o seu zóio ... Ah! seu zóio contava, denunciava tudo o que ele queria fala.
No compassivo da nossa prosa, nois tratô: de tudo ano nois se encontra, naquele memo topo, naquela mema noite, naquela mema hora... Inté... Inté nois dois se casá. Isso nois jurô pro São Juão!
Faz ano hoje! Eu vejo tudo tão sozinho. Sem nenhuma voz de carinho... Ê meus Deus!
Pruquê? E praquê sinhô... Que vancê levou o meu amô?
Óia que vancê me fez sinhô!... Óia mina vida!... Óia minha disilusão!
Pra mim na verdade o pió de tudo é a sodade dela nessa noite de São Juão. E isso eu peço a vance sinhô, pra tirá do meu peito e das vêia do meu coração...
Proquê pro ano ... Pro ano, sinhô... Eu não guento mais não...
Ê sodade!... Ê sodade!

(*) Baseado no texto “Noite de São João” - Desconheço o autor do texto original, que foi encontrado entre folhas mortas espalhadas pelo chão.
Inté... Intão e um abraço do cumpadre Caipirinha!


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