BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

sexta-feira, 6 de julho de 2012

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Pedro Bial não tem tempo para o debate



O conceito de "Na moral", o novo programa de Pedro Bial que estreou nesta quinta-feira na Rede Globo, não é novo. É parecido, por exemplo, com o do programa que Roberto Justus comanda na Record. O formato também não é original. Lembra, entre outras atrações, o do programa matinal de Fatima Bernardes. Nem Justus, nem Fátima descobriram a pólvora. Seus shows estão na linha da mistura de jornalismo e entretenimento que Fernando Barbosa Lima criou na televisão brasileira há algumas décadas. Como sabia Chacrinha, nada se cria, tudo se copia. Mas quem faz isso com mais inteligência se destaca.

Para dar certo, um programa como "Na moral" tem que ter um ótimo apresentador, um grupo de convidados interessante e um tema surpreendente. No primeiro quesito, o programa se sai pra lá de bem. Bial está à vontade, contundente, divertido, esperto. É um show man. O problema são os outros dois. Os convidados da estreia, tecnicamente, tinham tudo a ver. Mas mostraram-se pouco atraentes. Não tinha muito de novo a dizer. Talvez pela pouca atração do terceiro quesito: politicamente correto? Ainda é uma questão polêmica?

"Na moral" sofre de excesso de ideias. Precisava mesmo de Alexandre Pires como DJ? Precisava mesmo dramatizar um dos casos apresentados se a personagem da vida real estava ali no estúdio para relatar sua experiência? Precisava mesmo fazer um "povo fala" que pouco acrescentou à discussão? Para que serve a plateia?

Mas o mais frustrante na estreia foi a constatação de que "Na moral" é curto demais. Trinta minutos não é tempo suficiente para uma discussão que envolveu três debatedores, um DJ, dois casos que diziam respeito ao tema, uma enquete nas ruas... Ficou a impressão de que, ao terminar, a discusssão estava apenas começando. Mas este é um aspecto positivo. Se ficou a impressão de pouco tempo, é porque ficou também o desejo de se querer mais. Um tema mais relevante, convidados mais significativos e uma edição radical no excesso de ideias deixariam "Na moral" nos trinques.

Fonte: Blog Xexeo

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