BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Filmes de longa metragem viram sensação do festival Anima Mundi

Depois de 19 anos de preferência aos curtas, público prestigia outro formato




O espanhol “Arrugas”, de Ignacio Ferreras: sensação do fim de semana terá sessão na sexta-feira, no Odeon




RIO - Cheios de saudade de uma juventude perdida, os anciãos de "Arrugas", comédia dramática espanhola de 90 minutos que bateu recordes de público no Anima Mundi na sexta e no sábado, simbolizaram uma transformação histórica no festival: nesta 20ª edição, os filmes de longa metragem tornaram-se a atração mais procurada. Foi praxe, nos últimos 19 anos do evento, os longas ficarem como coadjuvantes, na preferência popular, frente a quase 400 curtas — muitos deles calcados no humor de fácil digestão. Mas em 2012, quando a maratona animada trouxe nove títulos no formato (a maior quantidade de toda a sua história), o público reagiu com mais demanda ao aumento da oferta.



Este foi o saldo do fim de semana, quando uma plateia de cerca de 10 mil pessoas (números somados de sexta e sábado; os espectadores de domingo ainda não foram contabilizados) abarrotou o CCBB, a Casa França-Brasil, o Centro Cultural Correios, o Odeon, o Oi Futuro do Flamengo e o Unibanco Arteplex. E a procura pelos longas se confirmou na venda de ingressos antecipada para esta semana, com destaque para "Arrugas", dirigido por Ignacio Ferreras, e para o polonês "Jorge, o ouriço", de Tomasz Lesniak, Jakub Tarkowski e Wojtek Wawszczyk.



— Quem conhece o cinema espanhol só de Almodóvar sequer faz ideia que lá se fazem longas de animação. Só aqui no Anima Mundi que a gente tem a chace de ver como países estrangeiros se comportam no terreno onde a Pixar manda — disse o matemático Otto Franco, que no sábado, comprou ingressos para os nove longas do festival.



Além de "Arrugas" (com projeção na sexta, às 20h, no Odeon) e de "Jorge, o ouriço" (quarta, às 21h, no Oi Ipanema), há três outras produções na seleção de longas adultos, concorrendo a prêmios. Serão exibidos o espanhol (de origem basca) "Gartxot, a conquista antes da conquista", de Juanjo Elordi e Asisko Urmeneta (amanhã, às 21h, no Oi Ipanema); o japonês "A princesa e o piloto", de Jun Shishido (sábado, às 20h, no Odeon); e a coprodução entre Uruguai, Chile e Argentina "Selkirk, el verdadero Robinson Crusoe", de Walter Tournier (quarta, às 22h, no Arteplex).



— Já houve edição em que não tivemos longa algum. E, por vezes, nos limitamos a três, quando a oferta de inscritos é de baixa qualidade — diz César Coelho, um dos diretores do Anima Mundi. — Este ano, ficaram prontos muitos filmes europeus de qualidade, iniciados antes da crise econômica. Fora que muitos estúdios independentes de grandes distribuidoras estão apostando no formato longa. Daí termos mais oferta este ano.



Há três longas infantis (também em concurso): o brasileiro "Brichos — A floresta é nossa", de Paulo Munhoz (terça-feira, às 16h30m, no Oi Futuro Flamengo); o estoniano "Lotte e o segredo da Pedra da Lua", de Janno Poldman (sábado, às 14h, no CCBB) e o francês "A turma da selva — Operação Banco de Gelo", de David Alaux e Eric Tosti (quinta, às 14h30m, no CCBB). A produção de Alaux e Tosti, sobre um um pinguim que acredita ser um tigre, foi o destaque de bilheteria das atrações infantis no fim de semana.



Fora de concurso, o Anima Mundi exibe o novo longa do cineasta baiano Chico Liberato ("Boi Aruá"): "Ritos de passagem", que terá sessão nesta terça-feira, às 13h30m, no Oi Futuro de Ipanema.

Fonte: O Globo/Cultura

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