BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ABL apresenta a exposição 'Roberto Marinho - empreendedor da cultura'

Painel com fotos de Roberto Marinho em encontros com artista
 
 
Com materiais do acervo pessoal e das empresas fundadas pelo jornalista, a mostra propõe aos visitantes um passeio pela trajetória do empresário

 

 
 
Mostra reúne de jornais e revistas a imagens sobre a coleção de arte do empresário
 
Jornais antigos e recentes são dispostos como numa rotativa na exposição sobre Roberto Marinho Fotos de Camilla Maia
 
 

RIO - “Só a vocês eu vou contar o riachinho Sirimim. Êle é só ali, não é de mais ninguém. Em uma porção de grotinhas, êle vai nascendo.” Era assim que, em 1961, o escritor Guimarães Rosa começava uma de suas colunas (“Guimarães Rosa conta”) no GLOBO.
 
Naquela década, também escreviam no jornal Nelson Rodrigues, Rubem Braga e Carlos Drummond de Andrade. Algumas das páginas que os escritores estrelaram estão agora reunidas na Academia Brasileira de Letras (ABL), que abre ao público nesta sexta-feira a exposição “Roberto Marinho — Empreendedor da cultura”.
 
Como o nome indica, a mostra se concentra no legado cultural do jornalista. Há, assim, espaços destinados ao jornal, à editora, ao sistema de rádio, à televisão, à gravadora Som Livre e, enfim, à coleção de arte que ele construiu desde os anos 1930, quando adquiriu as primeiras obras de seu acervo.
 
Na entrada, um painel reúne fotos de Roberto Marinho com ícones da cultura brasileira, de Jorge Amado e Gilberto Freyre a Cartola e Fernanda Montenegro. Em seguida, uma linha do tempo retrata de seu nascimento, em 1904, à morte, em 2003, e destaca momentos históricos — em 1942, por exemplo, o governo brasileiro entrava na Segunda Guerra Mundial contra a Alemanha e a Itália. No mesmo ano, o jornalista, que já era amigo de Portinari, comprava dele as telas “Floresta” e “Circo”.
 
Páginas do GLOBO surgem como se estivessem numa impressora rotativa. Lá estão colunas de escritores e reportagens especiais dedicadas a temas como os 500 anos do descobrimento ou o baiano Jorge Amado. O percurso segue com uma estante que reúne títulos da Editora Globo e, em canto vizinho a ela, um espaço que reproduz a mesa de Roberto Marinho na redação do jornal.
 
É a essa altura que a mostra se torna interativa. Diante de capas de discos históricos da Som Livre (como “Passaredo”, álbum que Francis Hime lançou em 1977, ou a trilha da novela “Locomotivas”), o espectador pode ouvir trechos de músicas lançadas pela gravadora, temas de aberturas de novelas, além de depoimentos de imortais da ABL e outros artistas a respeito de Roberto Marinho.
 
— Ele exerce influência sobre livros, música, dramaturgia, o desenvolvimento técnico de cenógrafos, o entretenimento, além da contribuição para o jornalismo. Há ainda uma atuação muito direta, quase pessoal, mas que se reflete num legado que é uma coleção de arte — diz a escritora Ana Maria Machado, presidente da ABL, referindo-se ao espaço da mostra destinado a imagens que reproduzem ícones do acervo de arte do jornalista.
 
DEDICATÓRIAS DE ESCRITORES
 
Seu empreendedorismo cultural foi reconhecido em vida, por artistas, intelectuais e escritores. Na exposição, há 237 livros dos 15 mil que formavam sua biblioteca particular — muitos deles com dedicatórias, expostas agora na ABL, assinadas por Manuel Bandeira, Antonio Callado e Drummond, entre outros.
 
— De alguma forma, ter tudo isso reunido numa exposição nos dá a dimensão de um empreendedor cultural em sua verdadeira grandeza — avalia a presidente da ABL.
A mostra marca ainda o lançamento do site oficial do jornalista. Três telas touch screen vão permitir que o visitante navegue pelo endereço www.robertomarinho.com.br.

Fonte: O Globo/Cultura

 
 

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