BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

   ENTREVISTA COM O DIRETOR MUSICAL  JOSÉ MAURO MENDES DA MOCIDADE INDEPENDENTE  PADRE MIGUEL...
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UM POUCO DA HISTÓRIA:

Em 1983, comecei a frequentar a quadra da escola acompanhando a escolha de samba.

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Logo assim que passou o carnaval de 1985, (Ziriguidum 2001), que aliás a escola se sagrou campeã, resolvi  me tornar membro da agremiação e passar a ser um desfilante.  Mas como tenho sangue de músico, pensei logo em desfilar na bateria; Só que eu nunca tinha tocado nenhum instrumento de uma bateria de escola de samba, só estava aprendendo a tocar cavaquinho, desde 1984.

Então procurei o diretor de bateria, na época era o saudoso mestre Bira “in memorian”, e perguntei se eu poderia começar a ensaiar para o próximo carnaval... Ele me perguntou qual instrumento eu sabia tocar... na hora o que me veio na mente foi caixa, então disse à ele que sabia tocar caixa.... Ele me pediu uma referência, eu disse à ele que sou filho do maestro Affonso... todos conhecem o meu pai, pois é um músico muito querido no bairro... na mesma hora o mestre Bira me aceitou e sendo assim estou na escola até os dias de hoje.

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Desfilei na bateria de 1986 até 1990.

Nesse período fui convidado a participar do grupo Independente, era um grupo de pagode liderado por mestre Coé “in memorian”, na época auxiliar do mestre Bira.

Fiz diversos shows com a escola tocando cavaquinho, me tornei 2º cavaco da escola, mas desfilava na bateria.


1  1 -  Nome Completo:
      José Mauro da Silva Mendes.
    2 Data e local de Nascimento:
          Rio de Janeiro, 17/02/1964.

  3 -  Conte um pouco da sua história, como você iniciou  no meio musical?
      Influência de parentes por parte de pai, pois temos vários primos músicos, e sendo assim, a música sempre esteve ativa em nossas comemorações e encontros. Seresta, chorinho e samba sempre predominaram. 
      Em 1978 fui morar perto da quadra da Mocidade independente de Padre Miguel... Daí a proximidade como o carnaval...  
      Nessa época eu estava aprendendo a tocar violão com meu pai “maestro Affonso Mendes”, mas um dia passei pela estação de Padre Miguel, no bar do Simplício, onde era o ponto de encontro dos compositores da Mocidade, e assisti uma cena que até hoje trago na memória: o compositor Dico da viola, com seu banjo, tocando suas músicas e ao seu redor várias pessoas, parentes e amigos, cantavam em alto som... Aquela junção das vozes com os acordes do banjo me despertaram... no dia seguinte falei com meu pai que queria tocar cavaquinho.. Foi assim que tudo começou. 
                                                    
  4 -Qual a sua função e do Departamento Musical na       Mocidade?

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  Meu cargo é: diretor musical.
         Minha função é organizar o canto maior da escola, que começa no carro de som onde teremos o intérprete principal e seus cantores de apoio e músicos.
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         Escolher e ensaiar os músicos e cantores, que de acordo com as minhas  instruções  conduzirão o canto da escola de uma maneira correta, facilitando o canto, a dança, e o ritmo de todos os outros seguimentos e alas.
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         A função do departamento musical é ajustar a harmonia, passando para os componentes  todos os detalhes;  as notas melódicas em consonância com a harmonia e a bateria, etc... Fazer esse canto chegar aos componentes das alas de forma mais fácil de se entender e ajudar a escola à chegar à perfeição no que diz respeito aos quesitos samba enredo, harmonia, evolução e bateria.  
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    5- Quando e como está sendo sua tragetória na Mocidade?
          A minha trajetória na escola é longa; começou em 1985, quando resolvi me tornar um membro da escola realmente; já que frequentava a quadra acompanhando as  disputas de sambas enredos desde 1983.
           Hoje vejo, depois da turbulência que passamos no início da era 2.000, o melhor momento dessa minha trajetória e da escola também. Agora, com essa nova diretoria, comandada por nosso patrono Rogério Andrade, vejo de novo aquela Mocidade que nos encantou por toda a éra “Castor de Andrade”.



    6- Existe algum desafio que você já passou na Mocidade?
        O desafio maior, é conseguir se manter no cargo ou função por tantos anos como eu consegui, pois fui 1º cavaco da escola desde 1990 até 2009. E quero ressaltar que desde antes da minha chegada até 1996, que foi o último campeonato da escola, a harmonia do carro de som era composta por apenas 1 cavaco e 1 violão... hoje colocam-se 2 ou 3 cavacos e mais 2 violões, etc...
         Em 2005 me tornei diretor musical da escola, mas em meio aquela crise toda, que todos sabem o que houve, eu tive que me afastar em 2009, mas retornei em 2014, convidado por essa nova diretoria que tinha como prioridade resgatar quem de direito deveria estar de mãos dadas com a família Mocidade.  Me sinto muito honrado, e muito feliz de já ter ajudado no carnaval 2015 a escola resgatar nota máxima em harmonia, parabéns ao mestre Rômulo Ramos, que eu já conhecia, mas ainda não havia trabalhado com ele... indivíduo competente.
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    7- Existe uma carga horária obrigatória pra função de Diretor Musical?
         A carga horária é sempre pré estabelecida de acordo com as necessidades (shows, ensaios, etc...), e com bom senso procuramos adequar aos compromissos de cada componente.
   
    8- José Mauro, existe algum projeto que você incentive ou ensine a prática dos instrumentos à comunidade?
        Eu ensino e incentivo a prática de instrumentos musicais na COMPANHIA MUSICAL DE BANGU, www.compahiamusicaldebangu.com , um projeto particular, meu, e atendo a todos os interessados, independente de seu nível social.
    Este projeto tem o objetivo de incentivar   a cultura musical da zona oeste, contribuindo para valorizar a formação de público e novos talentos, levando aos amantes da música o conhecimento mais profundo.
    Desejo formar músicos profissionais e amadores, transmitindo com clareza e exatidão os conhecimentos musicais, para que os mesmos alcancem a satisfação no aprendizado.


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 9- Como surgiu o nome de José Mauro para a Direção Musical da Mocidade?
     Como relatei na pergunta nº 5, o meu nome é antigo na escola; o meu nome surgiu na primeira vez como uma oportunidade à quem já era prata da casa. E nessa segunda nessa segunda vez, acho que foi mais um resgate.

  10- Você tem alguma atividade ou profissão fora da Mocidade?
      Atualmente sou diretor do meu projeto Companhia musical de Bangu, que aliás está muito ativo e vivo exclusivamente da música; embora já tenha atuado em outras áreas.

     11- O que você tem a dizer para a pessoa pretende  seguir a     profissão de Diretor Musical?
            O fator mais importante é que a pessoa precisa estudar música, pois já assisti alguns casos em que o diretor musical não era, ou é, músico; e não tem como a pessoa administrar um ramo sem conhecê-lo profundamente.
            
      12- Se você não fosse Diretor Musical, o que    gostaria de ser?
            Não sei bem... talvez bancário... estudei contabilidade em meu 2º grau e sonhava um dia ter meu escritório ou talvez trabalhar em um banco financeiro, mas a música me fez mudar os planos.

       13- José Mauro, qual sua ambição para o futuro?
       Ver meu projeto, Companhia musical de Bangu, ficar  cada vez mais forte, e colaborar muito para cultura musical da zona oeste.



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    14- Qual a sua expectativa para o carnaval da 
           Mocidade/2016?

   A expectativa é muito boa, pois observando o projeto que vem da comissão de carnaval, fiquei realmente com a esperança de poder ver a escola de novo brilhar no desfile das campeães.
       15- O que você diria para todos os segmentos da escola e comunidade  para o carnaval 2016?
               Acreditem, frequentem, participem, nós estamos próximos de retornar ao nosso lugar verdadeiro, que é estar entre as melhores do carnaval do Rio de Janeiro.


                

               

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