BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

sábado, 16 de maio de 2015

BOMBOU NA SEMANA: Confira as notícias do carnaval que bombaram na Web durante a semana...

Fonte: Portal do Samba RJ


Todo sábado é dia de conferir as noticias que bombaram na web durante a semana. Confira abaixo nossa seleção dos babados mais quentes que rolaram durante o decorrer desta semana no mundo carnavalesco...








Luciano Ferreira presidente interino no comando da Unidos de Vila Isabel, publicou uma nota no qual afirma ter tomado a decisão de ficar a frente da direção da escola, seguindo o estatuto da azul e branco, conforme o desejo de Martinho da Vila, presidente de honra da agremiação. Na página da escola na web, Martinho fez declarações polêmicas sobre o mandato de Dona Beta, antiga presidente da agremiação


"Lamento muito a renuncia da Presidente conhecida como Tia Beta. Ela não fez uma boa politica com seus diretores e também com alguns seguimentos da escola. Também não teve sorte...
Se tivéssemos conseguido uma melhor colocação, tudo seguiria normalmente, mas a Beta renunciou e há uma corrente que é a favor de novas eleições, o que seria desastroso para a Escola, pois novo carnaval se aproxima...
Sou de opinião que deve ser cumprido o Estatuto, com com o interino LUCIANO assumindo a Presidência. O ANTÔNIO CARLOS, Presidente do Conselho Deliberativo, de Vice e a permanência do BERNARDO como Superintendente."

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Vila Isabel, Luciano Ferreira, se manifestou assumindo a presidência da agremiação:

 "Ratificando a nota posta no site oficial da escola pelo nosso Presidente de Honra Martinho da Vila e após ouvir segmentos da escola, tomo a decisão que julgo ser a mais acertada para o crescimento e união da escola , permanecer a frente da Presidência  posto que uma eleição a essa altura  do campeonato , seria demasiadamente desastrosa  para a escola, espero ainda contar com a permanência do nosso Superintendente Bernardo Bello que é muito importante na continuidade deste projeto. Ressaltando que já começamos a trabalhar o nosso carnaval.


E VIVA A VILA!!"


Luciano Ferreira
Presidente Interino do GRESUV


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"No voo da águia, uma viagem sem fim..." conheça o enredo da Portela para o próximo carnaval...


FOTO: J RICARDO

A Portela definiu o tema de seu desfile para o Carnaval 2016. O título do enredo de Paulo Barros é “No voo da águia, uma viagem sem fim...”. O artista, que há 11 anos assina desfiles no Grupo Especial, conquistando três campeonatos, dois vices e tendo ficado fora das campeãs em duas oportunidades, está feliz com a decisão da Portela em levar para a Avenida uma ideia proposta por ele.


- Estou comemorando, naturalmente. Mas desde o primeiro encontro com o Falcon (Marcos, vice-presidente e supervisor de carnaval), deixei claro que desenvolveria qualquer enredo, meu ou proposto pela escola, com o mesmo entusiasmo e a mesma dedicação, como sempre fiz – revela Barros, que trabalha com sua equipe na pesquisa do tema, e adianta parte do que está pensando em mostrar na Marquês de Sapucaí:


- O homem é um eterno insatisfeito, está sempre buscando se aventurar. A essência do homem é sempre buscar, viajar... O desfile vai retratar as grandes viagens da história da humanidade.


Ainda de acordo com o carnavalesco, no mês que vem será definida a data da entrega da sinopse aos compositores.


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Confira logo e sinopse da Unidos de Padre Miguel para o carnaval de 2016...





O Quinto dos Infernos


Estória tirada da História.


Reflexão humorada do povo de quem tudo se arranca, menos a alma.


Uma fábula sobre o tamanho da mordida, sobre o tanto que nos tiraram e tiram.


Reinconfidência! A Unidos é a irresignação do povo. Prontinha para refundar o Brasil. Liberdade ainda que folia!


Sim, corremos perigo. Nossa fábula podecustar cabeças e mutilação. Mesmo nos dias de hoje é um ato de insurreição! Os personagens de nossa estória – políticos, burocratas e vendilhões – são ainda personagens que encontramos nos salões.

Meditação com cabimento que não pretende ser lamento.


O tamanho da mordida (um quinto? vinte e sete e meio?) deixa a vida ser vivida? Olho vivo em quem disfarçando seus farrapos com as imagens dos retratos, finge pompa e circunstância para disfarçar a ganância...


Estávamos aqui quando chegaram. Esposaram as mulheres e contaram com hospitalidade. de início as árvores. Encantados com a cor da madeira, chamaram-nos Brasil. Restou-nos o ardor que abrasa nossos corpos tropicais. 


Quiseram também as almas. As almas puras da gente “dos infernos”. “Infernos”. Porque terras assim tão quentes incomodaram à gente tão fria. 


Banharam-nos de sangue e exportaram o doce de nosso açúcar. Deixaram-nos a “massa negra” com a qual orgulhosamente forjamos nossos corpos e nossos hábitos.


Acorreram em quantidade quando o amarelo do ouro brotou nos aluviões da ribeira. Mas reduziram a beleza das minas aos limites da datação. E quiseram mais. Quiseram o quinto. Essa parte grande do seio de nossa terra. Acharque de nossa inocência que fez bradar lá e cá: o Quinto dos Infernos. Quiseram a finta, a capitação, e para que nada ficasse de fora: a derrama. E o sonho, em partes de carne do alferes, dependurou-se silente diante da liberdade.


Um rei frouxo chega ao largar seu reino e depois parte deixando um outro. Que louco! Pressionado pela Capital, esvazia nossos cofres e retorna a Portugal. E o povo, com seu trabalho, vê forjar-se a mãe gentil cunhando nessas terras a independência do Brasil...


O problema, que é bem atual, é retratado simbolicamente pelo período colonial.


História repetida pelos motivos da vida. Testemunhada antes por índios e bandeirantes. E como hoje nos privam de novo, a Unidos conclama o povo!


O povo, sempre alferes, com a corda no pescoço! O povo que rói o osso.


Em nosso protesto folia, travestido de carnavala Unidos manda aos quintos a ambição infernal. A quem não trabalha ou inventa o povo não sustenta!


Somos povo brasileiro. A alma de nosso sorriso não se mede por dinheiro. Folião é cidadão exige mais do que pão. 


Nossa “marseillaise” é o samba que “derrama” hoje por esta cidade um sonho de igualdade.


E a Unidos, reinconfidente, troca cicatrizes históricas pela redenção de nossa gente!



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Rainha Bianca Leão visita a quadra da União da Ilha....




foto: Wagner Souza


Com o sorriso estampado no rosto, uma de suas marcas registradas, a nova rainha de bateria da União da Ilha do Governador, Bianca Leão, visitou nesta quarta-feira, a quadra da agremiação, onde a partir de agora irá frequentar durante toda a temporada visando o carnaval 2016. Em sua nova casa, Bianca foi recebida pelo presidente Ney Filardi, o vice-presidente, Djalma Falcão, e o mestre de bateria, Ciça. 


- Marquei com o presidente Ney Filardi de conhecer a quadra e fiquei impressionada com a estrutura. Meu coração está a mil e estou muito feliz com toda receptividade que venho recebendo. Tenho certeza que terei uma sintonia perfeita com a bateria do mestre Ciça, afirmou Bianca, que está definindo uma data para promover sua festa de coroação.


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Confira logo e sinopse da Cubango para o próximo Carnaval...


ENREDO: UM BANHO DE MAR À FANTASIA

Sou água! Tal como ela, fluo e inundo...

Há bilhões de anos, do espaço sideral, viajei “a bordo de cometas” e venci os desafios de um planeta em formação. Espalhei-me sobre a superfície da Terra, entre derramamentos de
lava e erupções, ao surgimento da vida.


Como “na natureza, nada se cria, nada se perde e tudo se transforma”, desaguo, evaporo e da Terra novamente broto: “às vezes lagoa, outras tantas ribeirão, às vezes chuva fina, outras tantas tempestade com trovão..." E sigo faustiano, como cachoeira, contornando os obstáculos, a caminho do oceano.

Para além do universo, irrigo a imaginação do Homem com fantasias e lendas... Bravos navegantes cruzam a barreira das imensas águas salgadas e aventuram-se sobre minhas costas...deslizando suas caravelas em busca de um destino além-mar.

Entre o bem e o mal navega um mar de significados, que povoam o “mundo aquático” com fantásticos personagens: criaturas marinhas, espécies gigantescas, peixes voadores e luxuosos reinos submersos na imensidão do Oceano Atlântico.

Do Tenebroso Mar governado por Netuno – o deus dos mares –, os ávidos europeus trazem os “seres mitológicos” para o Novo Mundo e se deslumbram com o paraíso de águas fartas e límpidas protegidas por uma gente avermelhada.
Os homens, nativos e fiéis ao conteúdo mítico de seus rituais, transcendem os mistérios e a beleza dos mitos das águas. A partir da oralidade do povo indígena, sou “Boiúna: a cobra-grande”, quem detém o segredo das profundezas dos rios e o poder da criação da noite; sou “estrela das águas”; sou a “Mãe D’água” – Iara, a sereia de belíssima face e de cantos inebriantes... Sou a magia de um “boto cor de rosa”, que, em tempos de festas nos arraiás, se transforma num belo homem encantado, deixando apaixonados os corações das “meninas-moças”.

Banho a fértil imaginação da crença humana! Sacralizada entre o céu e a terra, ganho leveza... Sou eu a deusa da natureza, que purifica a alma nos ritos de origem africana. Ao absoluto estado de grandeza, sigo o curso dos rios e dos mares...e vibro ao som dos batuques à sagrada oração. Banhada de axé, saúdo a Oxalá na “Lavagem do Bonfim”, bailo nas águas doces de Oxum e emano da fé, em nome de Iemanjá.

Sou presente divino do tempo, o líquido mais precioso da vida... Mesmo sob os meus cuidados, o Homem naufraga com suas intenções maléficas, não domina sua insensatez e emerge do seu próprio dilema: se água acabar de vez?

Sonhar com um Brasil de água limpa é fundamental, é vencer a poluição de qualquer temporal... Mas sejamos otimistas diante da grave situação: o sentimento olímpico, dos esportes aquáticos, alia-se à esperança e acende a chama da preservação. Revela uma simbiose natural – mutuamente representada pela água e o atleta.

E nesse encontro mágico e poético chamado Carnaval, a Acadêmicos do Cubango personifica as fantasias que banharam e banham a nossa imaginação e, num sincretismo carnavalesco, celebra um revigorante “banho de mar à fantasia” – protagonizado pelos piratas da folia.

A Cubango é água, é vida, é a “Embaixadora das Águas” que resplandecerá na Avenida.

Ideia Original e Carnavalesco: Cid Carvalho
Pesquisa e texto: Marcos Roza



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Inocentes: confira a sinopse do enredo sobre cineasta Cacá Diegues


Fonte: SRZD

A Inocentes de Belford Roxo realizou esta semana, em sua quadra de ensaios, a entrega da sinopse do enredo "Cacá Diegues - Retratos de um Brasil em cena", do carnavalesco Márcio Puluker. O tema é uma homenagem ao consagrado cineasta brasileiro e diretor de filmes como "Quilombo", "Xica da Silva", "Bye, Bye Brazil" e "Orfeu".

Imagem: Divulgação

Vários compositores, diretores e componentes estiveram presentes e ouviram as explicações do carnavalesco sobre o enredo para o Carnaval 2016. A nova rainha da bateria, Alessandra Mattos, e o intérprete Nino do Milênio, abrilhantaram a noite.

"Quando sugeri, o tema foi logo aprovado pelo presidente Rodrigo Gomes, pois Cacá tem uma história de vida e de trabalho muito rica e assim foi possível fazer uma sinopse criativa. Contamos com o auxílio do artista e do professor Julio Cesar Farias na elaboração das pesquisas. Espero que os poetas façam um samba moderno e valente, pois seremos a terceira agremiação a desfilar, no Sábado de Carnaval, um horário nobre e precisamos sacudir a Sapucaí", declarou Márcio Puluker, carnavalesco da agremiação.

Compositores devem estar atentos às datas importantes. Confira

A data da entrega dos sambas será dia 8 de julho, sendo necessárias cinco cópias em CD e cinquenta xerox da letra. Para os compositores que não compareceram a reunião, existe um texto poético direcionado para composição do samba. Basta pedir pelo email puluker@hotmail.com ou acessar pelo site www.inocentesdebelfordroxo.com.

O diretor geral de Carnaval, Marcelo Varanda, apresentou o cronograma de samba-enredo, sendo: 03 e 24 de junho, 20h - Tira-dúvidas com o carnavalesco; 08 de julho, a partir das 19h - Entrega dos sambas (cinco CD's e cinquenta cópias impressas); 12 de julho, 15h - Apresentação dos sambas; 26 de julho, 15h - Primeira eliminatória; 02 de agosto, 15h - segunda eliminatória, 23 de agosto, 15h - Semi-Final; 30 de agosto, 15h - Finalíssima de samba-enredo.

Confira a sinopse da Inocentes de Belford Roxo:

CACÁ DIEGUES - RETRATOS DE UM BRASIL EM CENA

Hoje vamos percorrer os trilhos da alegria para nos ver no cinema. Todos estão convidados a embarcar no nosso trem especial que vai partir de Belford Roxo rumo ao Sambódromo, conduzindo animados passageiros para assistirem a um filme emocionante na telona da Marquês de Sapucaí. Estrelas admiráveis também viajam em cada vagão para ajudar a contar a vitoriosa trajetória do mestre Cacá Diegues, o cineasta do Brasil.

Desembarcamos na estação da folia para nosso projetor da ilusão começar a rodar a película momesca mostrando fatos marcantes da vida e da obra de nosso ilustre homenageado...

1º SETOR - VIDA DE CINEMA

O vibrante colorido das diversas manifestações folclóricas do nordeste brasileiro sempre esteve impregnado na memória afetiva e na vida de Cacá Diegues, mesmo morando desde criança no Rio de Janeiro. Radicado no Rio por circunstâncias familiares, foi adotado pela Cidade Maravilhosa e tornou-se um autêntico alagoano carioca, pois não deixava de retornar a Maceió nas férias. Sua terra natal, aliás, serviu como locação para alguns de seus filmes mais importantes.

Portelense de coração e amante do futebol, morava em Botafogo, bairro de seu amado time, o qual acompanha nos campeonatos desde garoto e pelo qual nutre grande paixão como torcedor inveterado. Foi nesse tempo muito distante, por volta dos 6 anos de idade, que o pequeno Carlos José Fontes Diegues entra pela primeira vez num cinema, levado por uma tia, em Alagoas. Na sala escura, o menino fica espantado e encantado diante daquela luz mágica que contava tantas histórias de gente bonita, parecidas com aquelas deliciosas narrativas que sempre ouvia com atenção no colo do avô e da sua babá. Histórias que, mais tarde, inspiraram muito de sua obra. Ao entrar na sala e ser advertido pela tia para não botar a mão na tela porque ele ia ficar preso nela, teve a certeza, nesse dia, que tinha ficado grudado nela para sempre.

Imediatamente apaixonou-se pela Sétima Arte e virou cinéfilo!

O cinema, na sua juventude, dava asas à sua imaginação, aguçava a fantasia, ajudava a escapar do rigor a que tinha que se submeter na escola jesuítica e ainda da repressão materna em casa. Por isso fazia seus primeiros filmes de curtíssima duração na câmera movida à corda do seu amigo vizinho David Neves, que também seria cineasta, e não cansava de ir com ele às sessões semanais da Cinemateca do Museu de Arte Moderna.

Embora convicto de sua vocação, no final da adolescência, pela ausência de curso de Cinema no país, Cacá Diegues optou pela faculdade de Direito. Nesse período acadêmico, começa sua carreira como cineasta amador ao fundar um cineclube e participar ativamente do Jornal da UNE "O Metropolitano", embriões do movimento cultural Cinema Novo, influenciado pelo Modernismo, que colocou a imagem do povo brasileiro na telona.

Sua extensa obra se inicia com curtas-metragens, destacando-se o pioneiro "Domingo". Diegues parte logo para a produção de filmes profissionais, estreando no longa-metragem "Cinco Vezes Favela", com o episódio "Escola de Samba Alegria de Viver", que mostrava as dificuldades e os dramas de uma comunidade de uma pequena escola no morro do Cabuçu.

Eleito presidente do Centro Acadêmico da PUC, realiza o primeiro evento musical público de Bossa Nova, juntando eminentes artistas. Ainda no movimento estudantil, Cacá foi um dos líderes do Cinema Novo, ao lado de grandes nomes como Glauber Rocha, entre outros. Esse grupo começou a fazer cinema numa época em que não havia televisão no Brasil e o país ainda não tinha uma imagem dele mesmo. A ideologia desses jovens militantes tinha as pretensões utópicas de mudar a história do cinema, mudar a história do Brasil e mudar o mundo.

Contudo, de uma hora para outra, cai em suas cabeças fervilhantes de ideias uma terrível ditadura militar para frear e triturar seus sonhos, exilando muitos deles em terras estrangeiras e enterrando de vez o Cinema Novo. Cacá Diegues teve proibido seu filme "Os herdeiros" (1969) e termina se abrigando na Itália e na França. Nesse conturbado e sombrio período não deixou de fazer filmes, resistindo à sufocante e inibidora "patrulha ideológica" da censura, também trabalhando como engajado jornalista polêmico, escrevendo sobre Cinema.

2º SETOR - MULHERES FASCINANTES EM CENA

Poucos cineastas como Diegues retrataram com tanta propriedade a alma feminina. Sua filmografia, sempre preocupada com a realidade e a desigualdade, deu voz a mulheres protagonistas determinadas em papéis sociais em diferentes épocas. "A Grande Cidade" conta a trágica história da iludida nordestina Luzia recém-chegada na metrópole carioca. "Joanna Francesa" mostra as memórias da dona de um prostíbulo paulista que vai viver numa fazenda com um cliente latifundiário alagoano e sua conflitante família. "Bye Bye Brasil" revela a vivência de duas mulheres muito diferentes: a decidida dançarina Salomé e a inexperiente Dasdô. "Xica da Silva" apresenta uma mulher ousada que assusta a intransigente sociedade colonial, a despeito de sua condição de escrava. Em "Dias Melhores Virão", a sonhadora e angustiada Marialva é uma dubladora que vive entre a realidade e a fantasia e almeja se tornar uma estrela hollyoodiana. "Tieta" apresenta uma mulher do agreste voluntariosa e fogosa que foi expulsa de casa pelo pai e volta mais tarde endinheirada para se vingar de todos.

Mulheres sedutoras muito diferentes entre si, que lutam pelo seu destino, com suas histórias conturbadas por dramas familiares e amorosos vividos intensamente, tendo como pano de fundo a sociedade brasileira.

3º SETOR - O ORGULHO DA NEGRITUDE EM CARTAZ

A obra de Cacá Diegues tem uma visão socialista do mundo, a favor da liberdade e da igualdade. A causa do negro ainda era muito rudimentar quando ele começou a fazer cinema, sendo então um dos precursores a falar de etnia, de uma identidade afrodescendente na formação do nosso povo.

Sem perder o tom político e a ternura, sua produção cinematográfica tem abraçado as raízes formadoras da nossa nacionalidade. E mostrar a situação do negro escravo e do negro liberto na favela, o Quilombo urbano moderno que são as comunidades dos morros, foi o caminho percorrido, contribuindo com a questão da identidade do negro no Brasil, o qual sempre foi posto à margem da sociedade devido ao preconceito da classe branca dominante. Ser negro, em seus filmes, deixou de ser uma situação vergonhosa, pois ele transforma seus personagens singulares em importantes heróis da nossa história.

Ganga Zumba, Zumbi dos Palmares, Xica da Silva, Calunga, Orfeu e os moradores das favelas representam muito bem a essência da negritude brasileira.

4º SETOR - O BRASIL REFLETIDO NA TELONA

Cacá Diegues retratou a realidade do Brasil em cenas de cores carregadas de lirismo e muita objetividade, captando o espírito de um povo e as mazelas de quem o governa. O Brasil e o brasileiro são sua matéria-prima. Mostrou o país em constante mudança, dando uma cara a essa imensa nação. Sua arte tem a capacidade de exprimir em imagens o sentimento de uma geração, de uma época histórica, abordando aspectos sociais e políticos.

Até quando a conjuntura econômica foi massacrante, Diegues continuou no seu caminho, gravando os fatos em cenas que nos fazem pensar sobre o mundo, sobre nosso país e sobre nós mesmos. Ao viver e registrar o seu tempo presente, Cacá nos deixa um rico legado de memória do Brasil para o futuro.

Muitas questões são tratadas na sua filmografia, contudo todas pertinentes ao que sua obra se propõe. Nela estão presentes um país em transformação, episódios políticos, a luta por ideais, o rural e o urbano, o imigrante nordestino, a cultura popular, o Carnaval, a malandragem, a violência cotidiana, os dramas familiares e existenciais, o amor e a morte. Tudo recheado de muita reflexão e embalado por uma trilha sonora cativante, nos chamando a ouvir cada canção com o coração acalentado. Seu filme mais recente "O grande circo místico" é uma síntese de toda a sua carreira, tanto no estilo, quanto no conteúdo.

Com esse enredo fenomenal, "Quando o carnaval chegar", como a caravana de "Bye bye Brasil", vamos percorrer a Avenida com muita determinação e "O maior amor do mundo", invocando o espírito iluminado de "Orfeu" para conosco apresentar mais um grande espetáculo com as bênçãos de um "Rio de fé", afinal já está sacramentado no coração de todo mundo que "Deus é brasileiro" e a Inocentes é de Belford Roxo!

Nosso roteiro está terminado, nossa produção acaba de gravar o melhor filme de todos os tempos no set da folia, regido pelo olhar singular e pela direção precisa do nosso glorioso cineasta. Finalizado o filme da fantasia, sob o brilho colorido dos refletores, agora é rodar nossa fita carnavalesca para o deleite da plateia do Sambódromo. Inspirados nesse gênio do cinema nacional, vamos fazer o maior teatro de rua em forma de desfile para orgulhosamente entregar ao premiado cineasta Cacá Diegues o merecido Oscar do samba.
Carnavalesco: Marcio Puluker
Pesquisa e texto: Julio Cesar Farias

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