Ratos da corrupção vão desfilar no carnaval da Mocidade
Um grande queijo suíço disputado por ratos de rabo preso e moscas. Essa é a representação que a Mocidade Independente de Padre Miguel vai fazer do Brasil, no carro “O corrompido país de La Mancha”, o segundo do desfile de 2016, cujo enredo “O Brasil de La Mancha: Sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, Sou Quixote Cavaleiro, Pixote Brasileiro” vai falar sobre as manchas sociais do país.
— O rato é o animal que representa a sujeira e também o que rouba, que surrupia — explica o carnavalesco Edson Pereira, que comanda o desfile da escola de samba em parceria de Alexandre Louzada.
O momento do país está afinado com a crítica feita pela Mocidade. Afinal, não é só queijo que vem da Suíça. O país europeu tem estado na boca do povo quando o assunto é político escondendo dinheiro em paraíso fiscal. Edson afirma, no entanto, que o desfile não é político, embora contenha uma forte crítica social.
— A gente fala dos problemas do Brasil de forma adaptada ao carnaval: com bom humor, mas sem perder a seriedade que a coisa pede — diz.
Além da corrupção, com ratos no queijo suíço, o desfile ainda lembrará a seca no Nordeste, a ditadura militar (com uma alegoria na forma de tanque), a escravidão e outros momentos e aspectos tristes da história do país. Tudo isso será explorado pelo cavaleiro errante Dom Quixote, o personagem mais famoso de Miguel de Cervantes. No carro com as moscas e ratos, ainda está Sancho Pança, também do livro espanhol, com 11 metros de altura.
— Cerca de 70 pessoas vão nesse carro. Os animais vão ter movimentos, como as asas das moscas e os focinhos dos ratos — diz Edson.
No último carnaval, sob comando de Paulo Barros, a escola ficou em sétimo lugar.
Fonte: Bruno Alfano/Jornal Extra
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