ENTREVISTA COM O DIRETOR MUSICAL JOSÉ MAURO MENDES DA MOCIDADE
INDEPENDENTE PADRE MIGUEL...
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UM POUCO DA HISTÓRIA:
Em 1983, comecei a frequentar a quadra da escola acompanhando
a escolha de samba.
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Logo assim que passou o carnaval de 1985, (Ziriguidum 2001),
que aliás a escola se sagrou campeã, resolvi
me tornar membro da agremiação e passar a ser um desfilante. Mas como tenho sangue de músico, pensei logo
em desfilar na bateria; Só que eu nunca tinha tocado nenhum instrumento de uma
bateria de escola de samba, só estava aprendendo a tocar cavaquinho, desde
1984.
Então procurei o diretor de bateria, na época era o saudoso
mestre Bira “in memorian”, e perguntei se eu poderia começar a ensaiar para o
próximo carnaval... Ele me perguntou qual instrumento eu sabia tocar... na hora
o que me veio na mente foi caixa, então disse à ele que sabia tocar caixa....
Ele me pediu uma referência, eu disse à ele que sou filho do maestro Affonso...
todos conhecem o meu pai, pois é um músico muito querido no bairro... na mesma
hora o mestre Bira me aceitou e sendo assim estou na escola até os dias de
hoje.
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Desfilei na bateria de 1986 até 1990.
Nesse período fui convidado a participar do grupo
Independente, era um grupo de pagode liderado por mestre Coé “in memorian”, na
época auxiliar do mestre Bira.
Fiz diversos shows com a escola tocando cavaquinho, me tornei
2º cavaco da escola, mas desfilava na bateria.
1 1 - Nome Completo:
José Mauro da Silva Mendes.
2- Data e local de Nascimento:
Rio de Janeiro, 17/02/1964.
3 - Conte um pouco da sua história, como você iniciou no meio musical?
Influência de parentes
por parte de pai, pois temos vários primos músicos, e sendo assim, a música
sempre esteve ativa em nossas comemorações e encontros. Seresta, chorinho e
samba sempre predominaram.
Em 1978 fui morar
perto da quadra da Mocidade independente de Padre Miguel... Daí a proximidade
como o carnaval...
Nessa época eu
estava aprendendo a tocar violão com meu pai “maestro Affonso Mendes”, mas um
dia passei pela estação de Padre Miguel, no bar do Simplício, onde era o ponto
de encontro dos compositores da Mocidade, e assisti uma cena que até hoje trago
na memória: o compositor Dico da viola, com seu banjo, tocando suas músicas e
ao seu redor várias pessoas, parentes e amigos, cantavam em alto som... Aquela
junção das vozes com os acordes do banjo me despertaram... no dia seguinte
falei com meu pai que queria tocar cavaquinho.. Foi assim que tudo começou.
4 -Qual a sua função e
do Departamento Musical na Mocidade?
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Meu cargo é: diretor musical.
Minha função é organizar o canto maior
da escola, que começa no carro de som onde teremos o intérprete principal e
seus cantores de apoio e músicos.
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Escolher e ensaiar os músicos e
cantores, que de acordo com as minhas instruções conduzirão o canto da escola de uma maneira
correta, facilitando o canto, a dança, e o ritmo de todos os outros seguimentos
e alas.
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A função do departamento musical é
ajustar a harmonia, passando para os componentes todos os detalhes; as notas melódicas em consonância com a
harmonia e a bateria, etc... Fazer esse canto chegar aos componentes das alas
de forma mais fácil de se entender e ajudar a escola à chegar à perfeição no
que diz respeito aos quesitos samba enredo, harmonia, evolução e bateria.
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5- Quando e como está
sendo sua tragetória na Mocidade?
A minha
trajetória na escola é longa; começou em 1985, quando resolvi me tornar um
membro da escola realmente; já que frequentava a quadra acompanhando as disputas de sambas enredos desde 1983.
Hoje vejo,
depois da turbulência que passamos no início da era 2.000, o melhor momento dessa
minha trajetória e da escola também. Agora, com essa nova diretoria, comandada
por nosso patrono Rogério Andrade, vejo de novo aquela Mocidade que nos
encantou por toda a éra “Castor de Andrade”.
6- Existe algum desafio que você já passou na Mocidade?
O desafio
maior, é conseguir se manter no cargo ou função por tantos anos como eu
consegui, pois fui 1º cavaco da escola desde 1990 até 2009. E quero ressaltar
que desde antes da minha chegada até 1996, que foi o último campeonato da
escola, a harmonia do carro de som era composta por apenas 1 cavaco e 1 violão...
hoje colocam-se 2 ou 3 cavacos e mais 2 violões, etc...
Em 2005 me
tornei diretor musical da escola, mas em meio aquela crise toda, que todos
sabem o que houve, eu tive que me afastar em 2009, mas retornei em 2014,
convidado por essa nova diretoria que tinha como prioridade resgatar quem de
direito deveria estar de mãos dadas com a família Mocidade. Me sinto muito honrado, e muito feliz de já
ter ajudado no carnaval 2015 a escola resgatar nota máxima em harmonia, parabéns
ao mestre Rômulo Ramos, que eu já conhecia, mas ainda não havia trabalhado com
ele... indivíduo competente.
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7- Existe uma carga
horária obrigatória pra função de Diretor Musical?
A carga
horária é sempre pré estabelecida de acordo com as necessidades (shows,
ensaios, etc...), e com bom senso procuramos adequar aos compromissos de cada
componente.
8- José Mauro, existe
algum projeto que você incentive ou ensine a prática dos instrumentos à
comunidade?
Eu ensino e
incentivo a prática de instrumentos musicais na COMPANHIA MUSICAL DE BANGU, www.compahiamusicaldebangu.com , um projeto particular, meu, e atendo a todos os
interessados, independente de seu nível social.
Este projeto
tem o objetivo de incentivar a cultura
musical da zona oeste, contribuindo para valorizar a formação de público e
novos talentos, levando aos amantes da música o conhecimento mais profundo.
Desejo formar
músicos profissionais e amadores, transmitindo com clareza e exatidão os
conhecimentos musicais, para que os mesmos alcancem a satisfação no aprendizado.
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9- Como surgiu o nome
de José Mauro para a Direção Musical da Mocidade?
Como relatei na
pergunta nº 5, o meu nome é antigo na escola; o meu nome surgiu na primeira vez
como uma oportunidade à quem já era prata da casa. E nessa segunda nessa
segunda vez, acho que foi mais um resgate.
10- Você tem alguma atividade ou
profissão fora da Mocidade?
Atualmente sou
diretor do meu projeto Companhia musical de Bangu, que aliás está muito ativo e
vivo exclusivamente da música; embora já tenha atuado em outras áreas.
11- O que você tem a
dizer para a pessoa pretende seguir
a profissão de Diretor Musical?
O fator
mais importante é que a pessoa precisa estudar música, pois já assisti alguns
casos em que o diretor musical não era, ou é, músico; e não tem como a pessoa
administrar um ramo sem conhecê-lo profundamente.
12- Se
você não fosse Diretor Musical, o que gostaria
de ser?
Não sei bem... talvez bancário... estudei
contabilidade em meu 2º grau e sonhava um dia ter meu escritório ou talvez
trabalhar em um banco financeiro, mas a música me fez mudar os planos.
13- José Mauro, qual sua ambição para o
futuro?
Ver meu projeto, Companhia musical de Bangu, ficar cada vez mais forte, e colaborar muito
para cultura musical da zona oeste.
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14- Qual a sua expectativa para o carnaval
da
Mocidade/2016?
Mocidade/2016?
A expectativa é muito boa, pois observando o projeto
que vem da comissão de carnaval, fiquei realmente com a esperança de poder ver
a escola de novo brilhar no desfile das campeães.
15- O que
você diria para todos os segmentos da escola e comunidade para o carnaval 2016?
Acreditem, frequentem,
participem, nós estamos próximos de retornar ao nosso lugar verdadeiro, que é
estar entre as melhores do carnaval do Rio de Janeiro.
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