BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

terça-feira, 19 de novembro de 2019

19 de novembro – Dia da Bandeira...


O Dia da Bandeira é comemorado em 19 de novembro. Essa data remonta ao contexto da Proclamação da República, em 1889.

O Dia da Bandeira, no Brasil, é comemorado em 19 de novembro desde 1889 – ano da Proclamação da República. Essa data faz referência ao dia em que o modelo oficial da nova bandeira brasileira – a bandeira que representaria a República, e não mais o Império – foi aprovado, ou seja, apenas quatro dias após a derrocada do regime imperial, em 15 de novembro. Há, inclusive, dúvidas entre os historiadores a respeito de a “proclamação” da República ter acontecido realmente no dia 15. O que se sabe é que nesse dia o Ministério Imperial foi dissolvido pelos militares, mas as bases para o regime republicano vieram nos dias seguintes, como acentua Boris Fausto:
Nas primeiras horas da manhã de 15 de novembro de 1889, Deodoro assumiu o comando da tropa e marchou para o Ministério da Guerra, onde se encontravam os líderes monarquistas. Seguiu-se um episódio confuso, para o qual existem versões diversas, não sabendo ao certo se naquele dia Deodoro proclamou a República ou apenas considerou derrubado o ministério. Seja como for, no dia seguinte a queda da Monarquia estava consumada. Alguns dias mais tarde, a família real partia para o exílio.” [1]
O fato é que, imediatamente após o regime imperial cair, os republicanos trataram de substituir o principal símbolo desse regime, a bandeira, por outro. Mas esse outro modelo de bandeira durou apenas quatro dias, pois imitava a bandeira dos Estados Unidos da América, com faixas na horizontal, alternando as cores verde e amarelo. Isso provocou grande insatisfação entre aqueles que participaram do golpe contra o imperador D. Pedro II, em especial Raimundo Teixeira Mendes, que tratou ele próprio de elaborar a nova bandeira – dessa vez adequada às especificidades do Brasil.
O curioso é que Teixeira Mendes e os seus auxiliares nessa empreitada, Miguel Lemos e Manuel Reis e Décio Villares, tomaram como principal base para a feitura da nova bandeira justamente a bandeira imperial, utilizada nos reinados de D. Pedro I e D. Pedro II, que fora elaborada pelo pintor Jean-Baptiste Debret. Debret havia sobreposto um losango amarelo sobre um fundo verde; dentro do losango, foi inserido o brasão imperial da dinastia dos Bragança, como pode ser visto na imagem abaixo:
A bandeira imperial serviu de base para a bandeira republicana
A bandeira imperial serviu de base para a bandeira republicana
Teixeira Mendes apenas retirou o brasão imperial e colocou em seu lugar um círculo na cor azul estampado com a posição das estrelas do céu do Rio de Janeiro tal como fora visto no dia 15 de novembro de 1889. Sobre o círculo, foi posta a frase de inspiração positivista: “Ordem e Progresso”, que remete à frase do filósofo francês Auguste Comte: “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Teixeira Mendes, como muitos republicanos da época, era membro do Apostolado Positivista. Esse novo modelo de bandeira foi aprovado por Deodoro da Fonseca e pelos demais participantes do levante republicano, como Benjamin Constant.
O interessante a se notar é que as cores da bandeira remetem, originariamente, aos símbolos imperiais. Uma das personalidades responsáveis pela escolha das cores foi a imperatriz Leopoldina da Áustria, rainha consorte do Brasil, esposa de D. Pedro I. Leopoldina sugeriu a Jean-Baptiste Debret a cor amarela para representar a casa dos Habsburgo, da qual ela provinha, e a cor verde, em homenagem à casa dos Bragança, dinastia à qual pertencia D. Pedro e o seu pai, D. João VI.
Com o advento da República, essas cores passaram a ser associadas aos elementos da natureza presentes no Brasil: o amarelo com o ouro e as riquezas da pátria; e o verde com as florestas, a natureza. Essa visão, em parte, tinha a função de descaracterizar os símbolos do Império, porém foi muito inspirada nas associações que os poetas românticos nacionalistas (muitos deles republicanos) faziam com os elementos naturais.
A despeito dessas questões, a bandeira é um dos símbolos máximos da nação e acaba por inspirar o espírito de competitividade e nacionalidade, em eventos esportivos, e o espírito de cidadania, em manifestações políticas.

Atividades para o Dia da Bandeira

Dia da Bandeira é comemorado com várias atividades, onde normalmente se canta o Hino à Bandeira.
  • Faça uma colagem da bandeira brasileira com bolinhas de crepom;
  • Recorte, monte e cole a bandeira usando as cores certas;
  • Cante o Hino à Bandeira;
  • Faça uma peça de teatro sobre o Dia da Bandeira;
  • Crie um poema em homenagem à bandeira brasileira;
Normalmente, como forma de celebrar esta data, escolas, clubes, órgãos governamentais e demais instituições públicas e privadas organizam desfiles ou eventos que visam manifestar o patriotismo e amor pela nação brasileira.

Cores da bandeira do Brasil

As cores oficiais da bandeira brasileira são o verde, amarelo, azul e branco, com a frase "Ordem e Progresso".
Cada cor possui um significado distinto:
  • "branco", significa o desejo pela paz
  • "azul", simboliza o céu e os rios brasileiros
  • "amarelo", simboliza as riquezas do país
  • "verde", simboliza as matas (a rica floresta brasileira)
No entanto, as cores verde e amarelo já estavam presentes na antiga bandeira brasileira imperial. O verde significava o Casa de Bragança, de Dom Pedro I e o amarelo, a Casa dos Habsburgos, de Dona Leopoldina.
O pavilhão verde e amarelo foi criação do pintor francês Jean-Baptiste Debret.

Hino à Bandeira

O hino à Bandeira tem letra do poeta Olavo Bilac e música de Francisco Braga. Foi adotado em 1906 e é tocado especialmente em Brasília, por ocasião da troca de bandeiras e em comemorações cívicas.
Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
poderoso e feliz há de ser!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,

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