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GILMÁRIO SANTANA... UM DUENDE sem floresta...ou
O CURUPIRA URBANO.
A ousadia, o espírito lendário e criativo guiam o peculiar mundo de Gilmario Santana em seu eterno esculpir. Sua arte causa estranhamento, é consciente e inconsciente, revela a marca de longuíssimas jornadas matagal adentro do imaginário e da vida do artista.
O CURUPIRA URBANO.
A ousadia, o espírito lendário e criativo guiam o peculiar mundo de Gilmario Santana em seu eterno esculpir. Sua arte causa estranhamento, é consciente e inconsciente, revela a marca de longuíssimas jornadas matagal adentro do imaginário e da vida do artista.
Compartilhando seu estilo singular de esculpir, suas técnicas meio naíf, meio primitivo, bruto e refinado, projeta em sua obra uma marca suave e pessoal.
Reconstrói um discurso denso entre o sagrado e o profano, reinventa uma nova lógica em articulações improváveis na brutalidade de seu formão e retrata com suavidade a carência humana. Preenchendo uma lacuna entre o tribal e o contemporâneo. Mas Gilmar é moderno.
Chega a ser difícil acreditar que este artista de aparência frágil traz a grandeza da natureza bruta abordada de forma direta e aberta em suas obras sempre monumentais.
Verdadeiro esteta da arte de esculpir e de criar arrisca todo o seu pulsar no ritmo de seus instintos e intuição.
Artista maior reencontra inspiração e cria sua obra dura, áspera, densa e consistente na labuta do dia a dia. O resultando é um indicador de que o escultor vem dos rituais que traz da fumaça de sua ancestralidade, da velha Bahia tatuada em sua alma. Um elo entre passado e presente que remota ao seu mil avôs. Seu primitivismo inspirado transforma e transcende num sentimento de liberdade incontida.
Compartilha a suavidade e sua ansiedade de artista com um público diverso num primor de sutileza comunicativa.
Sua obra emociona, tem interpretação visceral, projeta uma discussão sobre arte e os artistas marginalizados dos sistemas.
Gilmário busca a sedução, a religiosidade, o erótico, o realismo mágico tendo como estrutura de amparo a condição a humana. Um denso retorno à suas memórias e lembranças ampara o seu trabalho de escultor. Sua obra é muito intrigante, instigante e profunda, consciente, sólida e material, mística e espiritual.
Suas formas sensuais, pornográficas, feminino e masculino, beijos, bocas, lábios, falos, são retratados de forma natural como sangue e veias. Sua força vem do mato, do ecológico fundamental, enquanto natureza, selva humana. A fúria do bicho solto, homem doido, escapulido em pleno século vinte e um.
Gilmário é a matéria da antimatéria, uma unidade espiritual percebida somente por aqueles de alma muito pura, um estado bruto de expressão da anima. Sua obra é forte e valente como uma lenda, um Curupira metafísico da atualidade. Seu instinto reflete seu olhar e capta a urgência da vida.
Gilmário é um barroco encantado, um gótico medieval e selvagem, transcendental.
Reciclando mais que madeiras, símbolos da destruição do planeta, fim de uma era. Um gigante que transborda por toda parte. Ocupando espaço com imaginação e visão moderníssima, esculpe em 3D. Instiga sua sintonia com forças da natureza, com os instintos, o cio e a fecundidade. É um dos artistas mais modernos de uma geração de escultores brasileiros da atualidade.
Delicada obra de arte constitui sua forma de ser e de estar no mundo.
José Antônio J. Mendes
A exposição do artista ficará no Museu José de Dome – Charitas até o dia 12 de setembro.
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