COMISSÃO DERRUBA VETOS DE DILMA SOBRE ROYALTIES
Com
direito a gritos de "Fora, Renan" dos parlamentares dos estados produtores de
petróleo, resultado de sessão tumultuada ainda não foi divulgado, mas ao que
tudo indica, vetos foram derrubados; parte das bancadas do Rio de Janeiro e do
Espírito Santo deixou o plenário sem preencher as cédulas de papel; questão deve
ir para o Supremo de novo
Fonte:
Jornal Eletrônico 247
Em
uma sessão tumultuada de quase 4 horas, o Congresso encerrou no início da
madrugada desta quinta-feira a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff
sobre a lei que redistribui os royalties do petróleo. Será preciso de no mínimo
257 votos favoráveis de deputados e 41 de senadores para que os vetos sejam
derrubados. O placar será divulgado nesta manhã, após contagem das cédulas de
papel, mas não há dúvidas do resultado.
Cientes
da iminente derrota, parte das bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo
deixou o plenário sem preencher as cédulas de papel. Dos que votaram, com
exceção da bancada de São Paulo, deputados e senadores dos outros 23 Estados e
do Distrito Federal se uniram contra os vetos.
Agora,
resta aos Estados produtores de petróleo uma briga jurídica. Ao lado dos
governadores Geraldo Alckmin (São Paulo, PSDB) e Renato Casagrande (Espírito
Santo, PSB), Sérgio Cabral (Rio, PMDB), tem pronto em mãos um recurso para
apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), que defende a manutenção dos
contratos já existentes para a distribuição dos royalties do petróleo no
país.
Tumulto
A
sessão foi novamente marcada pelo embate entre representantes de estados
produtores e de estados não produtores de petróleo. Parlamentares do Rio de
Janeiro e do Espírito Santo, apoiados por parlamentares de São Paulo, voltaram a
apresentar várias questões de ordem com o intuito de derrubar a sessão. O
deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a tentar tirar o microfone do
presidenete Renan Calheiros, para pedir uma questão de ordem.
Essas
questões de ordem, contudo, não foram atendidas, o que acabou gerando gritos de
"Fora, Renan" pelo grupo de parlamentares favorável ao veto. Durante a discussão
do mérito, o embate se repetiu. Deputados e senadores dos estados produtores
apontaram para a inconstitucionalidade dos dispositivos vetados pela presidente
da República. Os que representam estados não produtores reafirmaram que a Lei
dos Royalties, que redistribui os recursos com base no Fundo de Participação dos
Estados (FPE), é justa e atende ao país.
STF
A
iminência da derrubada dos vetos levou o senador Lindbergh Farias (PT-RS) a se
retirar do plenário com boa parte das bancadas do Rio e do Espírito Santo. Logo
após abandonar a sessão, Lindbergh disse ter certeza de que o Supremo Tribunal
Federal anulará a sessão, que continua sendo realizada. "Esta sessão está
marcada por vícios, pelo atropelo da Constituição e do Regimento Interno. Vamos
entrar com todos os mandados de segurança possíveis para pedir sua anulação",
disse.
Lindbergh
disse que Renan desrespeitou o regimento ao não permitir que os parlamentares
apresentassem questões de ordem ou discursassem por até 20 minutos. Segundo ele,
as questões de ordem não se destinavam apenas à obstrução da votação, mas também
a serem consignadas em ata para que esses parlamentares possam, a partir delas,
apresentar mandados de segurança ao Supremo Tribunal Federal.
"Quiseram
nos tratar de forma desrespeitosa. Esse procedimento do presidente do Congresso
nos colocou para fora. Não vamos legitimar isso", Lindbergh. Além de contestar
os procedimentos adotados durante a sessão, Lindbergh aponta problemas de mérito
na votação dos vetos. Ele argumenta que, ao republicar os vetos na terça-feira
(5), o governo o fez fora do prazo. Por isso, avalia que "esses vetos são
inconstitucionais e não poderiam estar na cédula de votação".
"Tenho
certeza de que vamos derrubar esta sessão no Supremo Tribunal Federal, não
apenas pelas questões de mérito, mas pelos vícios da sessão", reiterou.
Lindbergh reconheceu que há uma maioria de parlamentares que defendem a
derrubada dos vetos (representando a vontade da maioria dos estados, que não são
produtores de petróleo), e que eles podem sair vitoriosos na votação, mas frisou
que "eles precisam respeitar o regimento e a Constituição; não podem passar por
cima disso só porque são maioria".
Com
agências Brasil e Senado
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