Fotógrafo Raoni Paiva expõe no Charitas a partir desta sexta-feira, dia 9
Fonte: Viviane Rocha / PMCF
Será inaugurada nesta sexta-feira, dia 9 de novembro, no espaço Wolney Teixeira, no Museu José de Dome – Charitas, às 20h, a exposição fotográfica “Entre águas e vindas”, do fotógrafo paraense Raoni Paiva Godinho. A exposição, que retrata em grande parte a natureza e suas águas, ficará no Charitas até o dia 9 de dezembro.
Nascido e criado em Belém do Pará, Raoni começou seu interesse pelas artes ainda na infância, como ele mesmo diz: "cresci em uma casa onde a arte é muito presente, seja com música, literatura, teatro e fui meio que catequizado pela minha irmã, que é realizadora artística e atriz, Tainá Khalarje, com quem sempre tracei conversas infinitas sobre o assunto. Nunca pensei em ser fotógrafo, mas desde criança ficava encantado, viajando com as imagens do Luiz Braga, que hoje é minha maior influência”, disse ele.
Em 2008, o artista foi fazer faculdade de Tecnologia Naval no interior de São Paulo, mudança e curso tais que proporcionariam a criação de boa parte do seu acervo fotográfico. Nas primeiras férias em Belém, com vontade de mostrar para os amigos as belezas da cidade, começou a procurar detalhes, paisagens e pessoas em que nunca tinha reparado antes, a fim de obter imagens peculiares que caracterizassem o lugar da melhor forma possível.
Quando começou a trabalhar com vistorias e a fazer viagens para cidades ribeirinhas, trabalhando para o petróleo, e ao se mudar para a Região dos Lagos, Raoni percebeu que o que mais lhe encantava eram as paisagens humanas que se desenhavam a cada embarque e desembarque, em cada trapiche, e, principalmente, a relação lúdica de encantarias e afeto que as pessoas mantinham com a água, enquanto que a maioria do mundo apenas trata a água como simples bem de consumo.
Em Cabo Frio, Rio das Ostras e Arraial do Cabo, fez algumas das que considera suas melhores fotos. E foi Cabo Frio que fez com que ele se sentisse tão em casa quanto na Amazônia. Encantado com as belezas, a energia e a receptividade do local, pretende ficar por aqui sem previsão de saída.
O fotógrafo também destaca o caráter combativo e preservacionista que está contido em sua arte:
“Nasci na Amazônia, sou caruana do fundo do rio. Então, vindo de uma região regida pelas águas, não poderia ter outro foco na vida e na arte que não fosse a água. Hoje o descaso é tão grande, há tanta desgraça, tanta poluição, tanta maldade. Vejo que esquecem de onde viemos. Viver em grandes cidades até nos afasta mais dessa beleza e dessa importância. Tudo vira produto, bem de consumo, algo com um resultado intrínseco, seja na torneira, na garrafa, no chuveiro ou, até mesmo, na cervejinha do fim de semana. Muito me impressiona tantos falarem sobre o aquecimento global, mas ninguém pensa na procedência, no trato, no tratamento, no quanto foi perdido até aquela água chegar a seu destino final”, afirmou ele.
Tainá Khalarje ainda completa sobre a obra de Raoni: "São fotografias de perceptos e afetos. Cada foto é um banho de vida e Amazônia. Estão dimensionadas em tempo e espaço interior."
Fonte: Viviane Rocha / PMCF
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