BLOG CARLOS RIBEIRO ARTES

sábado, 30 de junho de 2012

LIÇÕES DA EUROCOPA



Uma das grandes lições que esta Eurocopa vem dando ao futebol brasileiro está na função de volante.

Deturpada no Brasil, desde que a maioria dos treinadores passou a avançar (ou até mesmo barrar) qualquer jogador deste setor com um pouco mais talento, a função passou a ser executada apenas por brucutus que marcam mas não sabem dar um passe de dois metros.

O resultado é que, com honrosas exceções (o ótimo Paulinho, do Corinthians, por exemplo), nossos meio-campistas passaram a ser muito mais marcadores do que armadores. E, em consequêcia disso, o bom toque de bola, o passe bem feito e as triangulações entre apoiadores e atacantes praticamente desapareceram. O negócio passou a ser tomar a bola e disparar um chutão pra frente. Simples e desastroso assim.

Aqui nesta Euro, volantes como o magnífico Pirlo, da Ítália, Xabi Alonso e Xavi, da Espanha, Schweinsteiger e Khedira, da Alemanha, Gerrard, da Inglaterra e outros menos votados dão aula de como é possível proteger a defesa e também abastecer o ataque, com passes precisos e toques de qualidade.

Bem diferente do que vemos no futebol brasileiro onde Ibson virou quarto homem do meio, Diego Souza se tornou atacante e Hernane, ex-São Paulo, é convocado como meia, para a seleção.

Tomara que a transmissão de todos os jogos desta Euro, pelo SporTV, tenha sido acompanhada pelos nossos "professores". E que eles repensem, rapidamente, esse conceito, caso contrário, nossas equipes e a seleção continuarão a ser reprovados quando colocados em confronto com os europeus.

Basta lembrar o baile que o nosso badalado Santos levou do Barcelona, no Mundial de Clubes, e as enormes dificuldades que a seleção de Mano vem encontrando nos amistosos que faz contra adversários de primeira linha.

Amanhã, Itália e Espanha decidem o título da Euro-2102, com craques como Pirlo, Xavi e Xabi Alonso dando aulas de como é possível marcar e ajudar na armação, como verdadeiros volantes.

Ganhe quem ganhar, aposto, será uma bela aula. Que nossos técnicos não devem perder, pois estas lições, para o bem do nosso futebol, eles precisam aprender.

Fonte: Renato Maurício Prado

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