Uma das grandes lições que esta Eurocopa vem dando ao futebol brasileiro está na função de volante.
Deturpada no Brasil, desde que a maioria dos treinadores passou a avançar (ou até mesmo barrar) qualquer jogador deste setor com um pouco mais talento, a função passou a ser executada apenas por brucutus que marcam mas não sabem dar um passe de dois metros.
O resultado é que, com honrosas exceções (o ótimo Paulinho, do Corinthians, por exemplo), nossos meio-campistas passaram a ser muito mais marcadores do que armadores. E, em consequêcia disso, o bom toque de bola, o passe bem feito e as triangulações entre apoiadores e atacantes praticamente desapareceram. O negócio passou a ser tomar a bola e disparar um chutão pra frente. Simples e desastroso assim.
Aqui nesta Euro, volantes como o magnífico Pirlo, da Ítália, Xabi Alonso e Xavi, da Espanha, Schweinsteiger e Khedira, da Alemanha, Gerrard, da Inglaterra e outros menos votados dão aula de como é possível proteger a defesa e também abastecer o ataque, com passes precisos e toques de qualidade.
Bem diferente do que vemos no futebol brasileiro onde Ibson virou quarto homem do meio, Diego Souza se tornou atacante e Hernane, ex-São Paulo, é convocado como meia, para a seleção.
Tomara que a transmissão de todos os jogos desta Euro, pelo SporTV, tenha sido acompanhada pelos nossos "professores". E que eles repensem, rapidamente, esse conceito, caso contrário, nossas equipes e a seleção continuarão a ser reprovados quando colocados em confronto com os europeus.
Basta lembrar o baile que o nosso badalado Santos levou do Barcelona, no Mundial de Clubes, e as enormes dificuldades que a seleção de Mano vem encontrando nos amistosos que faz contra adversários de primeira linha.
Amanhã, Itália e Espanha decidem o título da Euro-2102, com craques como Pirlo, Xavi e Xabi Alonso dando aulas de como é possível marcar e ajudar na armação, como verdadeiros volantes.
Ganhe quem ganhar, aposto, será uma bela aula. Que nossos técnicos não devem perder, pois estas lições, para o bem do nosso futebol, eles precisam aprender.
Fonte: Renato Maurício Prado
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