CRÍTICA: o Nilo completo de José de Abreu em 'Avenida Brasil'
Se Jorginho (Cauã Reymond) e Nina (Débora Falabella) irritam com seu rosário de sofrimento que anda em círculos, “Avenida Brasil” tem muitas compensações. Elas derivam, em grande parte, de personagens abjetos, como o Nilo de José de Abreu. A sequência do ator com Vera Holtz, anteontem, no cenário do lixão, é um exemplo perfeito disso.
O veterano tem uma lista comprida de excelentes trabalhos no currículo e, ainda assim, surpreende a cada dia na trama de João Emanuel Carneiro. Mesmo com parte de sua história ainda no escuro, sabe-se que Nilo é um sujeito da pior qualidade, capaz de maltratar crianças. Oportunista ao extremo, adere a qualquer maré, basta vislumbrar uma vantagem para si. No diálogo de anteontem, ficou evidente que ele chegou tão baixo também levado por sofrimento. Mesmo o texto não sendo muito esclarecedor, José de Abreu vem conseguindo atribuir a Nilo alguma humanidade ao mostrar sua dor, ainda que parcialmente.
Neste papel, ele explorou todas as possibilidades ao alcance de um ator: seu corpo (deixou crescer a barba, tem uma maneira própria de se movimentar); a risadinha que inventou para o personagem (e que virou uma espécie de bordão onomatopeico que contagiou o público); e, claro, muita sensibilidade e antena para fazer um Nilo repugnante, mas sem caricatura, real. Por isso, se não existe “Avenida Brasil” sem Carminha (Adriana Esteves), é justo também dizer que essa história não seria possível sem o Nilo de José de Abreu.
Afastada da TV desde que fez uma participação na novela "Quatro por quatro", em 1994, Lisandra Souto se prepara para retomar a carreira. A partir de outubro, o público poderá vê-la em "Salve Jorge", nova novela de Gloria Perez, como a socialite Amanda, casada com Carlos (Dalton Vigh). Em entrevista ao blog, a atriz, de 37 anos, disse que está nervosa com o recomeço:
- Bate uma insegurança, pois fiquei muitos anos paradas. O começo vai ser um pouco difícil para mim, mas estou me dedicando muito. Quando pensei em voltar, pensei: "Será que vou conseguir?". Tem tanta gente mais nova que eu na emissora, e a profissão depende muito da aparência. Mas tudo aconteceu no tempo certo. Estava com saudades daquele cheirinho de estúdio, de pegar um texto, decupar uma cena, criar a personagem... E acho que Amanda cairá nas graças do público. Ela é espirituosa, objetiva, tem personalidade forte e implica com coisas bobas.
Lisandra conta que voltou a pensar na carreira há cerca de um ano. Ela afasta qualquer relação do retorno ao trabalho com a separação do apresentador Tande, com quem ficou casada por 15 anos.
- Eu sempre encontrava a Gloria e ela me perguntava se eu não queria recomeçar. Numa dessas conversas, há um ano e pouco, falei finalmente que estava com vontade de voltar, e pelas mãos dela. Amadureci a ideia por um bom tempo. Não teve a ver com a separação.
Segundo a atriz, os filhos apoiaram sua decisão. Ela é mãe de Yasmin, de 12 anos, e de Yago, de 8:
- Papai do céu escreve certo por linhas tortas. Eles agora estão na idade para entender isso. Se fossem mais novinhos, reclamariam da minha saída para trabalhar. Eles também aceitaram a separação e estamos conseguindo orientá-los muito bem. As crianças estão ótimas, têm um pai maravilhoso. Tanto que não derramaram uma lágrima desde então, são só sorrisos. Isso me deixa feliz como mãe e mais relaxada para voltar, pois sei que a vidinha deles não mudou.
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