A 2ª Semana Fluminense do Patrimônio vai até o dia 23. A Casa da Flor, em S. Pedro da Aldeia é um que está nos planos do instituto para ser tombado.
A Segunda Semana Fluminense do Patrimônio começou na semana passada e vai até o dia 23. Nesta segunda-feira (20), durante todo o dia, ainda tem programação na Região dos Lagos, nas cidades de Arraial do Cabo, Araruama, São Pedro e Casimiro de Abreu. Já a partir da próxima terça-feira (21), a cidade de Vassouras, no Sul do Estado, também passará a receber debates, palestras e mesas redondas.
Em Cabo Frio, a abertura do evento foi no Mart, o Museu de Arte Religiosa e Tradicional da cidade, na última sexta-feira (17). Na ocasião, representantes do Inepac, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, e também do Iphan, o Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional, estiveram presentes. Na Semana Fluminense do Patrimônio, o Iphan, discute quais outros imóveis merecem preservação. A Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia é um que está nos planos do instituto para ser tombado.
Iphan e Instituto Casa Flor conseguem verba para restauro imediato da casa
O Iphan, em parceria com o Instituto Casa da Flor, que cuida do bem, conseguiu uma verba de 250 mil reais para o restauro imediato da casa. Construída em 1912 por Gabriel Joaquim dos Santos, é feita com material de refugo e considerada única de arquitetura espontânea no Brasil.
Uma pequena no alto de um morro, em São Pedro da Aldeia. Quem olha de longe, num primeiro momento estranha. É um pouco torta e não tem pintura, mas de perto, ela supreende. O nome não é à tôa. Cacos de vidro, azulejo, conchas... formam enfeites de onde brotam as flores.
A casa começou a ser construída há 100 anos por Gabriel Joaquim dos Santos, que viveu nela até a morte, em 1985. Hoje, é considerada uma obra de arte. Comparada as de obras de Gaudí, arquiteto catalão, conhecido pelas construções pouco simétricas, como o Parque Guell, em Barcelona
Gabriel era um homem baixinho, tinha apenas um metro e 60 centímetros de altura. Por isso, fez a casa na medida para ele. Analfabeto e catador de lixo, ele construiu o imóvel quase na intuição. A decoração veio do material que ele recolhia do próprio lixo ou que encontrava na rua. Mas com a ação do tempo, algumas peças estão olha só: se soltando.
Além disso, uma infestação de cupins atinge as madeiras, e surgiram várias rachaduras. Preocupada com a conservação, a pesquisadora Amélia Zaluar criou o Instituto Cultural Casa da Flor, há 25 anos, que no início era apenas para divulgar a obra. Mas depois a luta passou a ser também pela conservação. O imóvel foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio, o Inepac e reformado em 2001. Com o centenário, a casa vai receber um presente, uma restauração com verba de R$ 250 mil da superintendência de muses da secretaria estadual de cultura.
Agora o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, o Iphan, um órgão federal, também tem interesse em preservar a obra. Enquanto isso, é seu Valdevi, sobrinho-neto de Gabriel, quem dá um jeito pra manter a casa de pé. Ele tenta conservar o local com os R$ 2 que arrecada de cada visitante. A prefeitura também já quis ajudar.
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