Perdemos? Ganhamos
Quando bem jogado e equilibrado, não há esporte mais emocionante que o basquete. Um átimo de segundo e se inverte a sorte de uma partida, levando o coração à boca e, por vezes, ao infarto fatal — caso do lendário presidente do Flamengo, Gilberto Cardoso (o pai, não o filho). O confronto entre Brasil e Rússia, ontem, foi desse tipo. Faltando seis segundos, os brasileiros colocaram dois pontos de vantagem. Mas aí...
Primeiro, foi o técnico americano, dos russos, quem pediu tempo. E, quando as equipes se preparavam para voltar ao jogo, foi o treinador argentino, dos brasileiros, quem convocou seus atletas para discutir a estratégia final.
Tudo isso com o ginásio em transe. Afinal, após um início equilibrado, a Rússia tinha tomado conta da quadra e parecia caminhar para uma vitória tranquila — mantendo sempre uma vantagem que oscilava entre cinco e oito pontos.
Faltando menos de cinco minutos para o final, entretanto, o Brasil acordara. E quando o placar chegou à igualdade, em 63 pontos, um coro fortíssimo tomou conta da arena olímpica:
— Brasil, Brasil, Brasil...
Em maioria, os torcedores brasileiros já acreditavam na vitória que, àquela altura, começava a parecer possível. Tecnicamente, o jogo nem chegava a ser brilhante, mas, em termos de emoção, o espetáculo passava a ser de primeira.
65 a 63; 66 a 65; 68 a 65; 70 a 65, era a equipe de Magnano que passava a liderar a contagem. Uma enterrada de Timofey Mozgov, entretanto, deixou claro que os russos não estavam entregues.
O americano naturalizado brasileiro Larry Taylor ainda voltou a levar a vantagem do Brasil a cinco pontos (72 a 67), mas ele mesmo desperdiçaria dois lances livres, permitindo que os russos empatassem, com uma cesta de três de Alexey Shved.
72 a 72 no placar, Magnano pede tempo. Faltam cerca de 20 segundos e ele recoloca Marcelinho Huertas na quadra (no lugar de Larry). E é o nosso armador que prepara a jogada, gastando o tempo, até a infiltração e a cesta, que ele mesmo faz, de bandeja.
Voltamos, então, ao início da coluna. Faltam seis segundos. Um tempo para cada técnico. Estratégias de ataque e de defesa traçadas. Bola em jogo, nas mãos de Vitaliy Frizon, na zona morta.
Marcado por Leandrinho, ele busca espaço e arremessa, meio desequilibrado. Debaixo da cesta, Anderson Varejão e Victor Khryapa disputam espaço, para o caso de um rebote. Boca aberta, ambos olham a bola ganhar altura e cair, de chuá, na cesta brasileira: 75 a 74.
Com menos de dois segundos, Leandrinho ainda arranca e tenta um arremesso desesperado, de longe, mas erra por muito e sela a derrota por por pouco. Tão pouco.
Perdemos? Sim, mas na verdade, acho que ganhamos. Jogamos muito melhor do que nas vitórias sobre a Austrália e a Grã-Bretanha e provamos que temos time pra jogar de igual para igual com qualquer um — exceto, é claro, com o fantástico Dream Team dos Estados Unidos. Com atuações como esta, sonhar com medalha, sim, é possível.
Primeiro, foi o técnico americano, dos russos, quem pediu tempo. E, quando as equipes se preparavam para voltar ao jogo, foi o treinador argentino, dos brasileiros, quem convocou seus atletas para discutir a estratégia final.
Tudo isso com o ginásio em transe. Afinal, após um início equilibrado, a Rússia tinha tomado conta da quadra e parecia caminhar para uma vitória tranquila — mantendo sempre uma vantagem que oscilava entre cinco e oito pontos.
Faltando menos de cinco minutos para o final, entretanto, o Brasil acordara. E quando o placar chegou à igualdade, em 63 pontos, um coro fortíssimo tomou conta da arena olímpica:
— Brasil, Brasil, Brasil...
Em maioria, os torcedores brasileiros já acreditavam na vitória que, àquela altura, começava a parecer possível. Tecnicamente, o jogo nem chegava a ser brilhante, mas, em termos de emoção, o espetáculo passava a ser de primeira.
65 a 63; 66 a 65; 68 a 65; 70 a 65, era a equipe de Magnano que passava a liderar a contagem. Uma enterrada de Timofey Mozgov, entretanto, deixou claro que os russos não estavam entregues.
O americano naturalizado brasileiro Larry Taylor ainda voltou a levar a vantagem do Brasil a cinco pontos (72 a 67), mas ele mesmo desperdiçaria dois lances livres, permitindo que os russos empatassem, com uma cesta de três de Alexey Shved.
72 a 72 no placar, Magnano pede tempo. Faltam cerca de 20 segundos e ele recoloca Marcelinho Huertas na quadra (no lugar de Larry). E é o nosso armador que prepara a jogada, gastando o tempo, até a infiltração e a cesta, que ele mesmo faz, de bandeja.
Voltamos, então, ao início da coluna. Faltam seis segundos. Um tempo para cada técnico. Estratégias de ataque e de defesa traçadas. Bola em jogo, nas mãos de Vitaliy Frizon, na zona morta.
Marcado por Leandrinho, ele busca espaço e arremessa, meio desequilibrado. Debaixo da cesta, Anderson Varejão e Victor Khryapa disputam espaço, para o caso de um rebote. Boca aberta, ambos olham a bola ganhar altura e cair, de chuá, na cesta brasileira: 75 a 74.
Com menos de dois segundos, Leandrinho ainda arranca e tenta um arremesso desesperado, de longe, mas erra por muito e sela a derrota por por pouco. Tão pouco.
Perdemos? Sim, mas na verdade, acho que ganhamos. Jogamos muito melhor do que nas vitórias sobre a Austrália e a Grã-Bretanha e provamos que temos time pra jogar de igual para igual com qualquer um — exceto, é claro, com o fantástico Dream Team dos Estados Unidos. Com atuações como esta, sonhar com medalha, sim, é possível.
Por muito pouco
Observado por Alex (8) e marcado por Mozgov (5), Nenê tenta a cesta, no jogo em que o Brasil jogou bem e só perdeu da Rússia no último lance, numa cesta de três pontos.
Olímpicas
Judô sobra
Com o bronze de Mayra Aguiar, o judô já alcançou sua melhor campanha em Jogos Olímpicos. Se Leandro Guilheiro e Tiago Camilo tivessem confirmado o que se esperava deles, a turma do tatame teria chegado a uma marca histórica.
Natação promete
Thiago Pereira chegou a fazer a última virada dos 200m medley em segundo (atrás apenas de Michael Phelps), mas cansou e acabou ultrapassado por Ryan Lotche e (nas braçadas finais) por Laslo Cseh. Uma pena. Mas com a prata (do próprio Thiago) nos 400m medley e a possibilidade de Cesar Cielo e Bruno Fratus conseguirem chegar ao pódio na final dos 50m livre, hoje, a natação também pode alcançar, aqui em Londres, a sua melhor performance olímpica. Se, entretanto, Cesão deixar escapar o ouro, haverá uma grande frustração.
Vôlei em baixa
Ao contrário do judô e da natação, o vôlei terá grande dificuldade de igualar suas melhores campanhas. A equipe feminina chega a dar pena. Tem jogado muito mal e o que se sabe, dos bastidores, é que o clima no grupo está longe de ser de cordialidade, o que torna uma reação ainda mais improvável. O time masculino teve grande atuação contra a Rússia, mas ontem foi derrotado, até com certa facilidade, pelos EUA. Bem mesmo, por enquanto, só as duplas de praia.
Inesquecível
EUA 156 x 73 Nigéria. Lembrei-me dos meus tempos de garoto, assistindo ao Harlem Globetrotters, com meu pai. Que show!
Agora, sim
No masculino, Federer x Del Potro; Murray x Djokovic. No feminino, Sharapova x Kirilenko; Serena x Azarenka. As semifinais do torneio olímpico, enfim, prometem tênis de altíssimo nível em Wimbledon
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